No Martins | Baró Galeria

A Baró Galeria exibe “Campo Minado”, do artista paulistano No Martins, com curadoria de Hélio Menezes. A individual é composta por 10 trabalhos, entre pinturas, vídeos, instalações e objetos, que propõe um diálogo e análise da forma como os símbolos sociais interferem no direito singular de ir e vir em certas áreas das cidades.

A qualidade de seus trabalhos chama a atenção pela poesia, detalhamento e traço de suas criações. Mesmo se dedicando a analisar temas duros do cotidiano das grandes urbes, permite-se uma postura não radical, buscando a conscientização ao invés do ataque, pura e simplesmente. “As peças abordam questões de violência cotidiana que parte da população vivencia diariamente; ora uma violência por falta de acesso a determinados privilégios, ora a própria violência exercida nas ruas”, define o artista.

Nas palavras de Hélio Menezes, “O trabalho de No Martins não busca conciliação, não está à cata de boas maneiras. Antes, escancara o que se pretende velar, carrega “um desejo avassalador de ver, um anseio rebelde, um olhar opositor”, para usar o conceito de Bell Hooks, absolutamente extensível à prática deste jovem artista que desponta como um nome singular de sua geração”.

Retornando ao Brasil após um período de residência em Angola, No Martins mantém a temática de sua série anterior, uma vez que sua pesquisa continua focada nos mesmos temas que influenciam diretamente na escolha de suporte para novas obras. Como define o artista, “não há critério: pode ser uma bigorna e um martelo para falar da seletividade penal do judiciário ou uma vídeo performance para discutir o genocídio da população negra no Brasil”

“Em Campo Minado, o artista paulistano, nascido e residente à zona leste da cidade, apresenta um conjunto de obras que disseca as camadas de um racismo expressamente urbano, no qual o direito elementar de ir e vir é praticado ou restringido de maneira desigual entre negros e brancos, entre periferia e centro. Com fortes referências autobiográficas e explorando diferentes linguagens, a mostra individual de No Martins resulta de um mergulho profundo na subjetividade do artista”, define o curador.

Compartilhar: