Grande Exposição de Arte Naïf | Galeria Jacques Ardies

Mostra propõe um destaque à arte popular brasileira, por meio do cotidiano dos artistas e de suas experiências de vida.

A Galeria Jacques Ardies inaugura a Grande Exposição de Arte Naïf, com curadoria de Jacques Ardies, e mais de 80 obras, de 30 artistas. A exposição, que tradicionalmente encerra a agenda expositiva da galeria, mescla formas distintas de se fazer arte, cada qual com o seu devido valor e seu processo criativo particular.
No Brasil, o movimento naïf se consolidou a partir dos anos 1940, com o surgimento das obras de Silvia, Heitor dos Prazeres e José Antonio da Silva, entre outras. Hoje, o país é um dos grandes representantes deste tipo de arte no mundo, com enormes contrastes territoriais, preservação cultural, capacidade de aflorar novos talentos, mistura de raças e de crenças, sensibilidade inata e alegria contagiante.
A chamada arte naïf é uma expressão artística que surgiu na eclosão da arte moderna. Os artistas naïfs, via de regra, não pretendem seguir as regras da academia, e, por meios próprios, inventam uma linguagem pessoal, expressando suas experiências de vida. Com determinação e obstinação, eles procuram superar as dificuldades da aparente falta de técnica, propondo uma arte original, solta, sem compromisso com a perspectiva e executada com total liberdade. A palavra francesa “naïf” foi utilizada para definir o estilo de Henri Rousseau, que apresentava uma arte personalíssima e encantadora.
A exposição é composta desde o grupo de artistas com características mais primitivas, sem maiores preocupações no acabamento do desenho, um pouco como uma arte bruta; até aqueles que se prendem a detalhes do traço e a um meticuloso processo de elaboração da obra, chamados também de poetas dos pincéis. As obras retratam festas folclóricas e religiosas, paisagens bucólicas, assim como cenas do cotidiano, inspiradas em experiências de vida e interpretadas de maneira original. O evento ainda contará com uma homenagem ao artista pernambucano Ivonaldo Veloso de Melo, que faleceu no começo de julho, vitimado de uma doença degenerativa, a ataxia.
O galerista, que adotou o incentivo à arte naif brasileira como uma de suas missões, declara que “esses artistas têm em comum a sutileza com que retratam os temas ligados à natureza e ao dia a dia. Usando as cores com habilidade, eles transmitem em cada um de seus quadros a alegria, o lirismo e o otimismo característicos do povo brasileiro”.

Compartilhar: